01/04/2011 – Rapaz leva garrafada no rosto por ser gay em karaokê em Curitiba


A noite da última sexta-feira, dia 25, não foi de diversão como previa um casal gay de Curitiba. A proposta de uma noite entre amigos no karaokê Gold Premium, no São Francisco, terminou no hospital. O chefe de cozinha F.M., 28 anos, seu namorado e mais quatro amigos estavam reunidos no local e três deles cantando a música Dancing Queen, do grupo ABBA, quando dois homens se levantaram e tentaram fazer com que eles descessem do palco do local, sob xingamentos de “bando de bicha” e “veado”. O grupo retrucou as palavras e a confusão foi apartada.

Quando apenas F.M. e seu companheiro estavam no local, após parte do grupo ir embora, os rapazes, que estavam com suas namoradas e embriagados, foram novamente agredir verbalmente os rapazes e cercaram F.M. que foi atingido no rosto com uma garrafa quebrada, o que provocou um corte profundo na bochecha esquerda e precisou de oito pontos para ser fechado. Os seguranças do local retiraram os agressores que ainda saíram sem pagar a conta. F.M. foi, coberto de sangue, direto ao hospital e registrou queixa policial no dia seguinte. Ele, que mora há 7 anos em Curitiba e veio do interior, afirma que jamais esperava tamanha violência. “Eu e maus amigos já fomos várias vezes ao local. Ninguém espera por isso”, disse a vítima que pretende processar o estabelecimento por danos morais e estéticos. Ele diz que processará os agressores na vara criminal, inclusive por tentativa de assassinato.
Segundo o gerente do Karaôke Gold Premium, Gustavo Arruda, foi tudo muito rápido e não teve como reagir a situação mas que pretende ajudar F.M. a identificar os agressores. Os seguranças agiram conforme o padrão da casa, de imobilizar e expulsar o causador da confusão. Arruda conta que sua irmã, que não é gay, também já foi vítima de violência gratuita em uma balada de cidade. “Ela foi até o fim, processou, e a menina teve que pagar 20 cestas básicas”, contou sobre o caso de sua irmã, que levou uma copada no rosto. Segundo ele, por lei, toda casa precisa registrar seus clientes e isso ajudará nas investigações.

F.M. conversou com a Lado A mas pediu que seu nome não fosse revelado pois ainda não contou aos pais sobre o ocorrido.

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Uso do nome social


Norma permite a troca de nome de registro em documentos internos de escolas e universidades do Paraná. Movimento LGBT considera a medida um avanço

Gazeta do Povo, Publicado em 13/02/2011 | Vanessa Prateano

Não chega a ser difícil encontrar quem não goste do próprio nome – por ser muito exótico, conservador ou até mesmo sem graça. Contudo, há casos em que não se trata de uma simples questão de “gostar”. O nome chega a causar dor, significando a negação da própria existência e levando, inclusive, à exclusão. “As pessoas me chamam de moça, de senhora, e, quando olham para mim, veem uma mulher”, conta Sabrina Mab Taborda, de 22 anos. “Mas, quando olham meus documentos, me tratam diferente. Passam a me tratar como homem, mesmo que diante delas esteja uma mulher”, completa a militante transexual.

Para Sabrina, assim como para outros transexuais e travestis, a luta contra a discriminação tem um nome: aquele que escolheram usar nas relações cotidianas, o chamado “nome social”. O direito ao nome de opção, e não ao que consta na certidão de nascimento, é uma das principais bandeiras do movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). O nome social é considerado um dos maiores aliados no combate à evasão escolar de pessoas desse grupo, cujas chances de profissionalização se resumem muitas vezes à prostituição.

Registro de nascimento traz incômodo

A quem se pergunta como pode o nome de registro, escolhido pelos pais, causar tanto constrangimento, a resposta de quem vive ou convive com o problema é que o nome civil traz à tona uma situação incômoda – a de que a travesti ou transexual não é o que ela tem a convicção de ser. “Ser transexual ou travesti não é uma escolha. Esse sentimento de pertencer a uma outra identidade vem desde a infância. Até que a pessoa assuma, é um longo caminho. Quando eu chamo por um nome masculino alguém que lutou para se portar e vestir como mulher, eu estou negando todo esse processo e esse sofrimento”, analisa a psicóloga e membro do Conselho de Psicologia do Paraná, Carlesy Stamm.

Segundo a psicóloga, ao ouvir o nome de registro, muitos transexuais podem reviver o trauma de quando ainda lutavam para fazer a transformação, o que pode desencadear uma série de transtornos psicológicos, como depressão e tendências suicidas. A psicóloga afirma que, ao contrário do que se pensa, o nome social não é um capricho. “Essa pessoa precisa ser reconhecida, como qualquer indivíduo, e isso passa pelo nome. Não basta para ela estar bem consigo mesma. Ela vive em sociedade e precisa do respeito dela, afinal, ninguém quer ser invisível”. (VP)

Medida ainda é limitada

O parecer do Conselho Estadual de Educação (CEE) do Paraná, que permite o uso do nome social de transexuais e travestis em documentos internos de instituições de ensino, é considerado uma conquista pelo movimento LGBT e por educadores, mas ainda precisa avançar. No momento, a norma não enquadra professores, funcionários das escolas nem alunos menores de 18 anos. “Nossa luta é para que todos que fazem parte do ambiente escolar sejam contemplados. A medida não pode excluir, por exemplo, o professor, que deve ser respeitado pela classe e pelos colegas pelo que ele é. Também não podemos excluir os menores de 18 anos, até porque, com essa idade, muitos já abandonaram a escola”, diz a responsável pela Secretaria de Gênero e Raça do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná, Lirani Maria Franco.

O professor e membro do CEE Arnaldo Vicente, relator do parecer, concorda que é preciso haver o debate sobre a inclusão de professores e funcionários, mas afirma que o pedido deve partir da própria classe. “O conselho só se manifesta quando provocado. Se os professores querem discutir o assunto, devem se mobilizar.” Sobre a inclusão de menores de 18 anos no parecer, Vicente afirma que ainda não há um entendimento jurídico sobre o tema, mas que o conselho está analisando o pedido dos pais de uma transexual de 16 anos do interior do estado. Caso o parecer seja favorável, pode balizar futuros pedidos feitos por menores de idade. (VP)

No Paraná, um parecer de 2010 do Conselho Estadual de Educação (CEE), de caráter normativo, dá aos transexuais e travestis maiores de 18 anos o direito de usar o nome social em documentos internos de escolas públicas e privadas e de universidades estaduais. A resolução vale apenas para documentos internos, como boletins e livros de chamada, não para certificados e diplomas. Essa é a primeira de outras medidas necessárias para combater a discriminação em sala de aula.

Adeus à escola

Para militantes e educadores, o constrangimento enfrentado na escola diante do uso do nome civil em chamadas é decisivo para o abandono da escola. Uma pesquisa inédita feita em 2010 pela professora Dayana Brunetto, em sua dissertação de mestrado “Carto­­­grafias da transexualidade: a experiência escolar e outros traumas”, para o Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), demonstra que a escola é o ambiente onde mais ocorrem traumas. Geralmente, os anos escolares coincidem com o período de transformação.

De acordo com Dayana, as chances de abandonar a escola são maiores quando a transformação se dá durante a vida escolar. A pesquisa mostrou que as pessoas que conseguiram terminar os estudos se assumiram mais tarde. Já aquelas que iniciaram a transformação durante esse período, via de regra, desistiram de estudar. “Não é uma relação de causa e efeito, mas é um elemento a ser considerado. Esses corpos são ambíguos, e a escola nunca soube lidar com a ambiguidade. Como ela não consegue ter esse controle, há a discriminação, como forma de negar aquela pessoa diferente, que acaba excluída.”

O caso de Sabrina é emblemático. Durante o ensino médio, ela ainda não havia iniciado a transformação, fazendo com que o período fosse “tranquilo”. No entanto, o sonho da faculdade foi interrompido em dezembro, durante a segunda fase do vestibular da UFPR, quando já havia se assumido. “O fiscal, mesmo vendo uma mu­­­lher na frente dele, e o ‘Sabri­­­na’ no RG, me chamou pelo nome de registro duas vezes. Aí, as pessoas me olharam, me senti humilhada e chorei na frente de todo mundo. Não passei”, conta.

Já Bruna Hartmann, 20 anos, foi um pouco mais adiante. Mas não muito. Entrou em Biologia na UFPR, em 2009, antes de assumir a nova identidade. Quando se transformou, vieram os comentários e o tratamento “diferente”, o que colaborou para que ela trancasse o curso no primeiro ano. “Quando pedi para ser chamada pelo nome social nos documentos, um antigo coordenador deu uma série de desculpas. Depois de insistir e chorar, acabei conseguindo fazer a carteirinha [de aluno]. Mas, quanto à chamada e ao edital de notas, depende da vontade de cada um [professor]”.

Este ano, Bruna pretende retomar os estudos e torce para que os novos colegas e os professores respeitem o nome que escolheu. “Só de não saberem meu nome de registro já é um grande alívio. Assim, eles não podem usá-lo contra mim para me ofender. Meu nome é Bruna, e eu quero ser chamada assim.”

 

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A polêmica sobre o casamento gay e as eleições


União estável é o mesmo que casamento gay?


Carlos Henrique Caetano, Campinas (SP)*

• Uma recente pesquisa da Datafolha mostrou que 39% dos brasileiros são a favor da união civil entre pessoas do mesmo sexo. São indiferentes 14% e 45% se opõem. Portanto, 55% dos brasileiros são a favor ou indiferentes ao fato de pessoas do mesmo sexo exercerem o direito ao casamento.

Recentemente, o Congresso da Argentina aprovou o casamento gay. A presidente Cristina Kirchner afirmou: “Foi um triunfo da sociedade. Houve quem quisesse transformar a questão num problema religioso, mas a discussão é estritamente sobre princípios de direitos civis”. A aprovação, no entanto, não foi um presente do governo à população homossexual, mas fruto da organização e da luta do movimento GLBT argentino. No dia da votação (que durou quatorze horas) milhares de manifestantes acamparam em frente ao Congresso com bandeiras e cartazes, pressionando os parlamentares.

E no Brasil?
Não há nenhum avanço legal, no Brasil, que se identifique com as bandeiras de luta do movimento GLBT. Lobistas católicos e evangélicos ainda têm grande força e a experiência de dois mandatos de um governo que se diz progressista com relação aos direitos humanos não foi suficiente para criar algo efetivo com relação à população GLBT. O movimento, no Brasil, organiza paradas de orgulho gay, levanta bandeiras a favor da união civil e, especialmente, da criminalização da homofobia. A discussão deixa de lado outros elementos: além da união civil, homossexuais também querem direito à previdência social, herança, partilha de bens, adoção e todos os outros direitos civis que são concedidos aos casais heterossexuais.

Nos debates midiáticos que preparam telespectadores e internautas para as eleições brasileiras de 2010, jornalistas têm insistido em formular perguntas sobre o tema. Marina Silva foi uma das primeiras a se manifestar quando, na semana do orgulho gay, declarou ao portal UOL ser contra o casamento gay. A ex-ministra do governo Lula e atual candidata do Partido Verde à Presidência disse que considera o casamento como uma instituição de pessoas de sexos diferentes, “pensada há milhares de anos”. Mais tarde, em entrevista ao Portal Terra, Marina disse entender o casamento como um sacramento religioso e defendeu a união civil de bens para homossexuais.

A candidata do PT, Dilma Rousseff, seguiu a mesma linha de Marina. No programa Roda Viva da TV Cultura, disse ser favorável somente à união civil porque considera o casamento como uma questão religiosa: “eu, como indivíduo, jamais me posicionaria sobre o que uma religião deve ou não fazer. Temos que respeitar”. José Serra (PSDB) não trouxe novidade aos argumentos defendidos pelas companheiras de debate e, durante sabatina realizada pelo portal da Record, disse que a palavra “casamento” depende de cada religião e não é relevante. De maneira um tanto confusa, afirmou que “hoje já vale a união civil para efeitos civis de herança”. Plínio, do PSOL, concorda com os colegas e disse ao R7 que é favorável somente à União Civil porque o casamento é instituição religiosa.

Casamento versus União Estável
O Estado reconhece dois tipos de união civil: o casamento e a união estável. Os presidenciáveis Marina, Dilma, Serra e Plínio são contra o primeiro tipo. Devem ser a favor do segundo, embora não deixem isso claro e sempre façam discursos superficiais a respeito do tema. Para não perderem o voto dos 45% que são contra o casamento, dizem que essa é uma questão religiosa e para agradar aos outros 55% dizem ser a favor da união estável. A Constituição Federal de 1988 mostra, no parágrafo primeiro do artigo 226, que o casamento não é religioso, “é civil e gratuita a celebração”, um procedimento jurídico ministrado num cartório por um juiz de paz.

Na união estável a pessoa continua solteira e o sobrenome do cônjuge não pode ser acrescentado ao seu nome. Nesse tipo de União, a herança não é exclusividade do cônjuge e filhos, mas pode ser requerida por irmãos e outros parentes próximos. Para viajar a alguns países, os imigrantes adeptos da união estável são obrigados a fazer seus pedidos em separado. Para que seja possível ter o sobrenome do cônjuge, transmitir-lhe a herança e solicitar visto para viagens em conjunto, não basta registrar a união estável, é necessário que se realize o casamento (com registro gratuito no cartório, diferente da União Estável, em que se cobra uma taxa). O casamento religioso, por sua vez, só ganha status de união civil com a presença do juiz de paz. Ele está submetido ao registro civil.

O candidato do PSTU, Zé Maria, deixou claro em entrevistas que é favorável ao casamento gay. O partido defende a extensão de todos os benefícios sociais concedidos aos casais heterossexuais (contrato de união civil, previdência social, herança, partilha de bens, etc) aos casais homossexuais que vivam em igual situação. Em um de seus programas para a televisão, o PSTU mostrou em rede nacional, no horário nobre da televisão, sua posição diante da opressão sofrida pelos homossexuais: causando grande repercussão, a peça de menos de um minuto exibiu o beijo gay que tantas vezes foi banido da teledramaturgia brasileira, associando as cenas de casais homossexuais em demonstrações públicas de carinho a frases como “não há capitalismo sem homofobia”.

O PSTU também defende o direito à adoção, o acesso ao crédito por casais do mesmo sexo, licença maternidade e paternidade, creches, reconhecimento do nome social de travestis e transgêneros em documentos e órgãos públicos e privados, uma rede de saúde 100% pública e laica que atenda às especificidades dos GLBT’s. Exige também a retirada da resolução da Anvisa que proíbe homossexuais de doarem sangue, a inclusão da educação sexual nas escolas e cursos de formação de professores e a criminalização da homofobia.

A criminalização da homofobia, no entanto, pode cair no mesmo erro da Lei Maria da Penha, que criminalizou a violência sofrida pelas mulheres, mas não é instrumento eficiente na luta contra o machismo. A luta contra a homofobia tem que erguer a bandeira da paridade de direitos entre homossexuais e heterossexuais. O partido acredita que somente por meio da organização é que homossexuais conseguirão realizar a superação da realidade de opressão a que estão submetidos, mas lembra que será impossível imaginar que todo o sofrimento desaparecerá somente por meio dessa luta específica, já que será necessário mudar a estrutura de exploração para que uma transformação seja deveras realizada. A luta pela conquista de direitos GLBT’s contra a opressão está vinculada à construção do socialismo.

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No vale-tudo eleitoral, PT abandona as mulheres



Para garantir a vitória no segundo turno, partido dos trabalhadores renega posições históricas, como a defesa do aborto e do casamento gay


Ana Luiza Figueiredo*, disputou o Senado por São Paulo

• Há algum tempo que o Partido dos Trabalhadores abandonou a luta contra a opressão de mulheres, negros e homossexuais. A defesa já soava como uma mera saudação à bandeira, já que o governo não teve políticas efetivas para estes setores. Mas agora, para vencer as eleições, o partido abandona oficialmente a luta contra a opressão.

Dilma Rousseff vai fazer uma ofensiva religiosa, e o PT discute a retirada da legalização do aborto do programa. O partido avalia que não venceu a eleição no primeiro turno devido ao voto evangélico e conservador, que teria migrado para a candidatura Marina (PV).

O secretário de Comunicação do PT disse que “foi um erro ser pautado internamente por algumas feministas”. Com isso, a decisão do PT poderá ser um marco da ruptura definitiva com o feminismo, que cumpriu um papel importantíssimo na história deste partido. E deixa órfãs as organizações feministas governistas, como a Marcha Mundial de Mulheres.

Rasgando o programa
Dias antes das eleições, o PT já havia percebido a influência que poderiam ter as posições religiosas. No dia 29 de setembro, a campanha reuniu, em Brasília, padres e pastores com o objetivo de ganhar o apoio cristão. Agora, o PT busca conter o que chama de “boataria” contra sua candidatura.

Dilma colocou-se contra até mesmo a um plebiscito sobre a descriminalização do aborto. “Plebiscito divide o país e vai todo mundo perder, seja qual for o resultado”, afirmou. Ela garantiu aos católicos e evangélicos que não irá ampliar a cobertura do Estado em casos de aborto.

Muda muita coisa? Não, apenas oficializa uma posição que já era aplicada. O governo não fez absolutamente nada para descriminalizar e legalizar o aborto. Tampouco garantiu atendimento às vítimas de procedimentos mal sucedidos. Ao contrário, desviou recursos da saúde para pagar juros das dívidas.

Em 2008, o PT foi parte da Frente Parlamentar em Defesa da Vida e Contra o Aborto, que instituiu a CPI do aborto. Esta comissão, até hoje, só serviu para incriminar as mulheres. Continuando a série de ataques, em 2009, o governo brasileiro assinou um acordo com o Vaticano em que sinalizou a intenção de investir em ações contrárias à legalização do aborto. Em 2010, o governo enterrou a possibilidade de debate sobre o tema: retirou do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3) o apoio à descriminação do aborto e as cláusulas que permitiam ampliar os casos de aborto legal.

Matando mulheres
A proibição por si só já constitui um ataque à liberdade que a mulher deveria ter sobre seu próprio corpo. As consequências desta arbitrariedade levam a uma situação desoladora. No Brasil, são realizados, em média, 1,4 milhão de abortos por ano. A morte por aborto é a terceira causa de mortalidade materna no Brasil, e as complicações são a quinta causa de internação de mulheres nos serviços públicos. Os dados são da Sempre Viva Organização Feminista.

Evidentemente, as mulheres mais atingidas são as trabalhadoras e pobres, que não podem pagar para fazer cirurgias em clínicas de qualidade, com a segurança necessária. É justamente nas regiões mais pobres do país, Norte e Nordeste, onde é registrado o maior número de mortes. Para as mulheres da burguesia, na prática, o aborto já é permitido.

Segundo um estudo divulgado pelo Instituto de Medicina Social (IMS), de 2007, “a criminalização do aborto não reduziu a sua incidência, mas sim tem contribuído para aumentar a sua prática em condição de risco com impactos graves para a saúde e a vida das mulheres”. O aborto é um problema de democracia, de saúde e social.

Para padres e pastores, Dilma disse ser a favor da vida. Na prática, ela entrega à morte centenas de milhares de mulheres trabalhadoras e pobres. Respeitamos imensamente as crenças individuais, mas não hesitamos em dizer: neste tema, as instituições religiosas são contra a vida. Sob o argumento de defesa da vida, deixam milhões de mulheres pobres e trabalhadoras morrerem em função de abortos mal feitos.

Um Estado laico?
O que pode parecer apenas uma disputa eleitoral representa um retrocesso que terá implicações gravíssimas sobre a consciência dos brasileiros. Subordinar o Estado a preceitos religiosos é voltar à Idade Média. Só falta queimar as mulheres que abortam numa fogueira.

A principal recomendação conclusiva do estudo do IMS foi justamente “a busca de soluções eficazes no âmbito da saúde pública, sem interferência de dogmas religiosos”. O governo Lula é responsável direto por este retrocesso. O “respeito às diferentes crenças, liberdade de culto e garantia da laicidade do Estado” foi uma das cláusulas excluídas do PNDH 3.

Quanto a Serra, este nunca teve compromisso com as trabalhadoras. Antes mesmo de a campanha começar, em maio de 2010, afirmou: “Eu não sou a favor do aborto. Não sou a favor de mexer na legislação”.

Já Marina cresceu nas eleições, em parte por ser contra a legalização do aborto. E é difícil acreditar até mesmo em sua proposta de plebiscito sobre o tema. Marina historicamente condena o aborto e esta proposta serve como forma de escapar do debate.

Mulheres e mulheres
Não basta ser mulher. Aliás, quem não lembra de Marta Suplicy retirando de seu programa a união civil homossexual para tentar se eleger prefeita de São Paulo? Ou sua campanha, num gesto de desespero, questionar a opção sexual do adversário, Kassab? A campanha foi um divisor de águas e marcou um giro do PT, que veio se completar com a dobradinha para o Senado com Netinho, agressor de mulheres, e agora, com o triste abandono da defesa do aborto e do casamento gay.

A luta feminista é necessariamente de classe. Às mulheres burguesas, tudo é permitido, tudo se compra. Nós, mulheres do PSTU, acreditamos na força das mulheres trabalhadoras unidas, independente de governo e patrões. Apoiamos e construímos o Movimento Mulheres em Luta.

Nós nos orgulhamos de ter em nosso programa a defesa da legalização e descriminalização do aborto, defendida por nosso candidato à Presidência, Zé Maria, e por todos os outros candidatos no primeiro turno, como Ana Luiza, candidata ao Senado por São Paulo.

Não mudamos de lado. Vamos continuar defendendo o mesmo programa depois das eleições. Para a defesa dos direitos das mulheres, negros e homossexuais, nem Serra, nem Dilma. O voto contra o conservadorismo, no segundo turno, é o voto nulo.

*Ana Luiza, candidata ao Senado em São Paulo, fez uma campanha contra a violência às mulheres, conquistando 109 mil votos.

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Voto contra a direita no segundo turno é voto nulo‏


Escrito por Direção Nacional do PSTU
Ter, 05 de Outubro de 2010 20:15
No segundo turno das eleições vão se enfrentar Dilma e Serra. Vai haver uma pressão grande entre os trabalhadores no sentido de votar em Dilma “para evitar a volta da direita”.

O PSTU tem total acordo com a luta contra a oposição de direita. Somos radicalmente contra a volta da turma do FHC. No primeiro turno, o PSTU teve seu programa final cassado pela justiça a pedido do PSDB. Isso ocorreu por termos mostrado que Serra- que atacava Dilma por corrupção- também tinha o rabo preso, por ter apoiado o ex-governador Arruda de Brasília. Isso foi parte de nossa batalha contra a oposição de direita, que ocorreu em todo o primeiro turno.

Mas lutar contra a direita não significa votar em Dilma Roussef. A direita não é representada nessa campanha só por Serra. Direita e esquerda são termos relativos, mas em geral a direita representa a grande burguesia. E hoje, no Brasil, as grandes empresas estão divididas. Um setor apóia Serra, o que é mais que evidente nas empresas de TV e jornal. Outro setor, que inclui uma parte dos banqueiros (talvez a maioria), as multinacionais, os governos imperialistas, apóia política e financeiramente as duas campanhas, com um leve pendor para Dilma.

Não é por acaso que a candidatura de Dilma arrecadou bem mais que a de Serra junto às grandes empresas. Não é por acaso o apoio dos governos imperialistas para marcar aqui as Olimpíadas e a Copa do Mundo. Tampouco foi um acaso que a cotação do dólar se manteve estável nas eleições, chegando a baixar um recorde inferior a 1,6 reais.
Temos duas candidaturas em defesa do grande capital nas eleições, duas candidaturas de direita. Votar por Dilma ou por Serra é votar na manutenção do plano econômico neoliberal aplicado por FHC e continuado por Lula. É votar contra a reforma agrária que foi bloqueada por FHC e também por Lula. É votar na ocupação militar do Haiti defendida por Dilma e Serra.

Qualquer um dos dois vai atacar os trabalhadores duramente quando a crise econômica internacional voltar a se abater sobre o Brasil. Tanto um como outro já anunciaram sua disposição de mudar a previdência, atacando mais ainda os aposentados. Pense nisso: cada voto em Dilma no segundo turno é uma força a mais para uma nova reforma da previdência. Uma votação em Serra teria a mesma conseqüência.

Votar em Serra seria votar junto com FHC, Cesar Maia, Yeda Crusius, velhas figuras da direita desse país. Votar em Dilma seria votar junto com Maluf, Collor, Sarney, Jader Barbalho, outras figuras da mesma direita.

Por esses motivos, votar contra a direita nesse segundo turno é votar nulo. Chamamos os trabalhadores e jovens que nos acompanham a seguir votando em nossa legenda, vote 16, que agora vai significar um voto nulo.

Fonte: http://www.pstu.org.br

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Claudinha faz 1.749 votos em todas as regiões do Paraná


Cidade Votos % Votos Válidos
Curitiba               – 805 0.08%
Maringá               – 128 0.07%
Ponta Grossa          – 126 0.08%
Londrina              – 97 0.04%
São José dos Pinhais  – 62 0.05%
Colombo               – 41 0.04%
Cascavel              – 28 0.02%
Araucária             – 24 0.04%
Campo Largo           – 20 0.03%
Piraquara             – 18 0.04%
Paranaguá             – 17 0.02%
Lapa                  – 15 0.06%
Pinhais               – 14 0.02%
Foz do Iguaçu         – 12 0.01%
Guaratuba             – 12 0.07%
Umuarama              – 9 0.02%
Sarandi               – 9 0.02%
Alm. Tamandaré        – 9 0.02%
Rolandia              – 7 0.02%
Guarapuava            – 7 0.01%
Apucarana             – 7 0.01%
Paranavaí             – 5 0.01%
Matinhos              – 5 0.03%
Guaira                – 4 0.02%
São Mateus do Sul     – 4 0.02%
Nova Esperança        – 3 0.02%
Palotina              – 2 0.01%
Quatro Barras         – 2 0.02%
Mal. Candido Rondon   – 2 0.01%
Francisco Beltrão     – 2 0.01%
Mandaguaçu            – 2 0.02%
Laranjeiras do Sul    – 1 0.01%
Tibagi                – 1 0.01%
Morretes              – 1 0.01%
Pato Branco           – 1 0.01%

Ainda não terminei de identificar os votos em todas as cidades, mas pelo resultado já deu pra perceber que apareceram votos em todas as regiões e principalmente nas cidades com mais de 40 mil eleitores.

Para consultar se a Claudinha fez voto na sua cidade, clique aqui e faça a pesquisa direto do site.

Parabéns Claudinha, eu sei que não foi fácil, mas sua aceitação foi muito boa e você deve continuar o trabalho.

Qualquer coisa, to aqui: Blog do Roger Rodrigues.

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1749 VOTOS!


UMA VITÓRIA DO MOVIMENTO LGBT DO PARANÁ!

Primeiramente gostaria de agradecer a todos que votaram pela criminalisação da homofobia e pela garantia dos direitos dos homossexuais. Agradecer a confiança que depositaram em mim em levar um programa para a garantia dos nossos direitos.

Tivemos uma votação bastante representativa e com isso podemos avaliar bastante coisa, principalmente que temos força e que podemos lutar juntos! Não queremos que todo esse esforço que tivemos acabe agora com a eleição. Queremos avançar cada vez mais e ganhar muitas outras lutas que virão!

Meu agradecimento de coração a todos que nos apoiaram e nos ajudaram de alguma forma com a campanha! Muito Obrigada! E um agradecimento especial a minha namorada, pela força, carinho e compreensão… obrigada!

http://divulgacao.tse.gov.br/#

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DIA 03 DE OUTUBRO VOTE 16100


Olá pessoas!!!

Estamos chegando ao final da nossa campanha. Batalhamos bastante, levamos um programa claro em defesa dos nossos direitos, sem medo de mostrar que temos espaço na sociedade.

Gostaria já de agradecer a todos que estão nos apoiando na campanha. De certa forma não conseguiríamos atingir o Paraná todo, porém quem conseguimos atingir, com certeza, é de bastante qualidade. Obrigada a todos pelo apoio e pela luta conjunta!

Por fim, gostaria de dizer que a idéia não é parar nas eleições, mas sim continuar com a nossa luta. Afinal, temos muitos direitos para garantir…. por isso, antecipo já que nosso email continuará funcionando e que podemos nos contactar por ele. Através dele poderemos nos organizar para fazer manifestações pelo estado todo.

Mais uma vez, obrigada, de coração! Vamos a luta!!!!!

sites de notícias de claudinha 16100

http://www.gazetadopovo.com.br/votoconsciente/candibook/ficha.phtml?id=244

http://www.repolitica.com.br/claudinha16100/opiniao/

http://www.odiario.com/maringay/noticias/defendemos-a-aprovacao-imediata-do-pl-122-diz-claudinha-moraes/

http://www.odiario.com/maringay/videos/candidato-fala-de-casamento-gay-em-propaganda-eleitoral-gratuita/

http://www.bemparana.com.br/index.php?n=157315&t=exploracao-de-criancas-na-propaganda-politica

http://centraldenoticiasgays.blogspot.com/2010/09/aprenda-como-escolher-seu-candidato-por.html

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CAMPANHA CLAUDINHA 16100


By Tiago Teodoro

Boa Noite “Bonitas”,
Até esses dias eu não tinha Candidato (a) a Deputado (a) Estadual, e confesso que como a grande massa da população eu acabo não dando muita importância para esse tipo de Cargo dentro do planalto, porém conheci a Claudinha e suas idéias e percebi que pior que não votar, ou votar em alguém que não esta engajada com os propósitos dos homossexuais, é votar sem pelo menos conhecer seu candidato.

Queria pedir que se possível entrem no Site dela, conheçam suas propostas, porque talvez ela possa ser alguém que vai lutar pelos Direitos Homossexuais, ou eventualmente pelo menos dar uma aporte das questões envolvendo a comunidade GLS e demais Gêneros.

Site: https://claudinha16100.wordpress.com/

E-mail: claudinha16100@hotmail.com

Blog: http://www.claudinha16100.wordpress.com

Twitter: http://twitter.com/Claudinha16100

Não sei se sabem mais o Paraná esta entre os Estados com mais mortes de homossexuais, por Homofobia, e isso precisa mudar, pode parecer que isso nunca vá acontecer, mais se não houver união entre os próprios homossexuais, nada realmente vai mudar para melhor.
Veja o quadro abaixo, muito do que é descrito abaixo, trata-se de muita, mais muita união capaz de fazer a diferença!

Se vocês sentirem que ela merece o seu voto ou possa garantir algum tipo de beneficio futuro aos homossexuais, mande esse email a todos homossexuais que vocês conhecem ou demais pessoas que sentem-se capazes a assimilar os ideais dela a nossa comunidade e nossa Sociedade como um todo.

Fica aqui meu grande abraço…

Esse é um recado de um apoiador!!! Entre nessa luta com a gente!!! Abraços

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CAMPANHA VC FAZ A DIFERENÇA?


By Cris

“Queremos o direito ao casamento, queremos poder sair na rua sem medo de apanhar ou morrer, queremos freqüentar lugares sem sermos discriminados, queremos direito a saúde e educação, queremos segurança, queremos poder adotar filhos e constituir famílias, queremos apenas ser o que somos: seres humanos.”

Estas são as palavras da candidata a deputada estadual Claudinha (https://claudinha16100.wordpress.com/). Militante jovem, mas certa que não podemos aceitar viver em uma sociedade homofóbica e que não nos respeita.

VOCÊ FAZ A DIFERENÇA?

Sabe a sensação que seu voto pode ser jogado no lixo? Que não faz diferença nenhuma mais um ou menos um voto? Pela primeira vez sinto que pode ser diferente.

Estou aderindo a campanha: FAÇA A DIFERENÇA!

Quero até as eleições angariar o maior número de votos para a candidata Claudinha, ou até mesmo elegê-la. Impossível? Veremos…

No dia 23/09 me empenhei em conquistar os meus 03 votos, foi fácil, minha namorada e meus pais, mas achei pouco, pois sei que meus amigos também poderiam aderir a causa. E a partir disso enviei este vídeo para todos da minha lista de e-mail.

O resultado? Veremos a partir do número de vezes que o vídeo foi visto. Não sei onde isso vai dar, mas temos uma grande chance de fazer a diferença nessas eleições.

Aguardo sua resposta.

TEMOS POUCO TEMPO, MAS SOMOS MUITOS!

Grande abraço a todos!

Cris

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